Em 1838, D. Fernando II adquiriu o Mosteiro de Nossa Senhora da Pena, da Ordem hieronimita, de origem manuelina e que ficara bastante devastado com o terramoto de 1 de Novembro de 1755, encontrando-se desabitado, na sequência da extinção das ordens religiosas, em 1834. Por conseguinte, para a edificação do seu palácio de veraneio, em alteada cumeeira da serra de Sintra, D. Fernando II encarregou o barão Eschwege de traçar o projeto. Em 1840, após aprovação régia do esquiço, os trabalhos tiveram o seu começo, designadamente a subestrutura de sustentação do edifício e simultaneamente procedeu-se às primeiras plantações do parque botânico, cujos trabalhos evoluíam ao ritmo do edificado que apenas estaria concluído em 1854. O Palácio Novo, como foi designado o seu devaneio fantasista, soube preservar o semiarruinado retiro hieronimita tendo procedido ao seu restauro e integração no palácio de sonho que passara a coroar majestático a serra, em plena comunhão com a paisagem.
A entrada do complexo palatino procede-se através de um portal mouriscado e, percorrido o túnel, acede-se a um terraço e aos dilatados panoramas proporcionados pelo Caminho da Ronda que percorre exteriormente o palácio. O conjunto edificado, destaca-se a sua leitura horizontal, ponteada de alteamentos que possibilitam outro modo de ver. Assim, à direita e tintado de rosa o remanescente do antigo mosteiro, ao centro, grande pano azulejado, em tonalidades de azul, com destaque para o grandioso pórtico neogótico do Tritão e, sobre ele, uma janela neomanuelina que evoca a existente no convento de Cristo, em Tomar. Este, dá acesso ao pátio dos Arcos no tardoz do palácio arquitetonicamente mais estático. A decoração das salas e quartos, mais ou menos exóticos, pugnam pelo espírito do romantismo internacional que, na Pena, encontrou um dos seus expoentes máximos.
King Consort Fernando II (Ferdinand II − a German prince of the House of Saxe-Coburg and Gotha-Koháry) purchased the Mosteiro de Nossa Senhora da Pena (Hieronymite Monastery of Our Lady of Pena) of Manueline origin in 1838. The monastery, badly damaged by the earthquake of 1 November 1755, had been abandoned following the abolition of religious orders, in 1834. Fernando II charged Baron Eschwege to design a project to build his summer palace, perched atop a high ridge of the Sintra mountain range. Construction work began in 1840 following royal approval of the plans, in the form of the building’s supporting substructure accompanied by the first plants which were laid down in the botanical park, whose rate of progress evolved in line with the actual construction work on the building that was only to be completed in 1854. The Palácio Novo (New Palace), as this flight of fancy was known succeeded in preserving the semi-ruined Hieronymite retreat which was restored as part of the dream palace that now majestically crowned the mountain, in full communion with the landscape.
The entrance to this palatine complex is via a Moorish-type portal whose tunnel leads to a terrace with sweeping views provided by the external guard route encircling the palace. The shape of the buildings as a whole is markedly horizontal and interspersed with high walls providing other viewpoints. On the right in pinkish hue stand the remains of the old monastery with a large tile panel in shades of blue in its centre in which special reference should be made to the grandiose neo-gothic portico of the Triton surmounted by a neo-Manueline window similar to the one to be found in the Convento de Cristo (Convent of Christ) in Tomar. This leads to the Courtyard of the Arches at the back of the palace which is more static in architectural terms. The reasonably exotic decoration of the living areas and bedrooms strives to achieve the spirit of international Romanticism one of the maximum exponents of which is to be found in Pena.