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Histórico-Artístico

CONVENTO DE SANTA ANA DO CARMO

(Extinto)

Gigarós – Colares

Património indexado como valor fundamental da Paisagem Cultural de Sintra

Numa propriedade nas imediações de Gigarós (Colares), num terreno outorgado por Sebastião Vaz e sua mulher Inês Esteves, os frades carmelitas descalços abandonaram o Casal da Torre e instalaram-se nesse terreno, onde construíram o seu novo convento. Em 1528, o bispo D. frei Cristóvão Moniz consagrou a igreja conventual.

Mais tarde, o bispo D. Dinis de Mello e Castro, natural da vila de Colares, foi o principal impulsionador da reforma pós-tridentina que o convento viria a ser alvo durante a primeira metade do século XVII. Devido às obras então realizadas, que foram muito profundas, o Maneirismo até então preponderante, deu lugar à arquitectura despojada que caracteriza o vernáculo estilo-chão, mais consonante com os valores de descrição privilegiados pela Contra-Reforma.

De planta em L, destaca-se a igreja conventual com nave única e capelas laterais profundas. O retábulo proto-barroco da capela-mor de finais do século XVII deveu-se ao entalhador António Martins Calheiros, e o teto de perspetiva já barroco foi pintado por António Pereira Ravasco. O portal é axial, simples encimado por três janelões, sendo o do meio maior e rematado com um nicho, com emolduramento entalhado, onde se expõe a imagem de Nossa Senhora do Carmo. A torre sineira apresenta ventanas rasgadas com arcos de volta perfeita e rematada por pináculos.

Em 1834, e na sequência do decreto liberal que determinou a expulsão das ordens religiosas, o convento e a respectiva cerca foram adquiridas pelo conde do Lavradio e transformado em residência.

CONVENT OF SAINT ANNE OF THE CARMELITE ORDER

(Defunct)

Gigarós – Colares

Heritage of fundamental value of the Cultural Landscape of Sintra

The discalced Carmelite friars abandoned the Casal da Torre and settled on a property near Gigarós (Colares), on land donated by Sebastião Vaz and his spouse Inês Esteves, where they built their new convent. This convent church was consecrated by the bishop friar Cristóvão Moniz in 1528.

At a later date, bishop friar Dinis de Mello e Castro, who was born in the village of Colares, was the principal mentor of the post-Tridentine reform of this convent in the first half of the 17th century. Owing to the major works carried out at the time, the mannerist style which was, until then, preponderant, gave way to the unpretentious architecture so characteristic of the plain vernacular style which was more in line with the values of discretion favoured by the Counter Reformation.

Particular reference should be made in this L-shaped construction to its single-naved convent church and deep side chapels. The late 17th century proto-baroque retable in its chancel was carved by António Martins Calheiros and its ceiling, with a baroque perspective was painted by António Pereira Ravasco. Its simple main portal is surmounted by three large windows. The middle window is larger and has a wood-carved niche containing an image of Nossa Senhora do Carmo (Our Lady of Mount Carmel). The bell tower features openings with full arches topped by pinnacles

The convent and its respective enclosure were acquired by the Count of Lavradio and converted into a residence in 1834, following the liberal government’s decree ordering the expulsion of religious orders.