A edificação da igreja de São Martinho remontará ao século XIII e terá, muito provavelmente, substituído anterior templo românico. Mais tarde, nos inícios de quinhentos, foi alvo de uma campanha manuelina que alterou o seu interior e, ainda nesse século, sofreu novas obras de beneficiação, já dentro do gosto e gramática renascentista. Porém grande parte desta matriz desabou com o violento sismo de 1 de Novembro de 1755, conservando-se apenas algumas das estruturas góticas, nomeadamente a base da galilé que precede o templo e os panos cegos contrafortados da cabeceira, onde se destaca, no alçado sul, num dos arcos sólios a lápide sepulcral de Margarida Fernandes, datada de 1307.
A reconstrução pombalina resultou do traço do arquiteto Mateus Vicente de Oliveira, um templo grandioso e despojado que, pela sua grandiosidade, se impõe no centro do velho burgo sintrense. Destacam-se igualmente, no seu interior, as pinturas, datadas de 1773, de cariz vegetalista e geometrizante que revestem a nave e a capela-mor, da autoria de Joaquim José da Rocha. Sendo ainda de salientar, para além da existência de três tábuas quinhentistas da autoria do pintor Diogo Contreiras; e um órgão de armário da autoria de António Peres Fontanes, um dos maiores mestres organeiros do fim do Antigo Regime, datado de 1776.
The Igreja de São Martinho was built in the 13th century, most probably in replacement of an earlier Roman temple. Later, in the early 16th century, the church’s interior was redesigned as part of a Manueline project, with further improvement works having been carried out in the same century, but with a Renaissance perspective and taste. A large part of this parish church, however, was destroyed by the violence of the earthquake of 1 November 1755 with only parts of its gothic structures remaining in the form of the base of the galilee in front of the temple and the blind counterfort walls on its eastern side, one of whose arches on its southern elevation houses the tombstone of Margarida Fernandes, dated 1307.
This Pombaline reconstruction was based on the drawings of the architect Mateus Vicente de Oliveira as a grandiose, albeit deplenished temple, whose very grandeur is a striking landmark in the centre of old Sintra. Also of note inside the temple are the vegetal and geometricalised paintings of Joaquim José da Rocha, dated 1773, which embellish the nave and chancel. In addition to the existence of three three 16th century hardboards by the painter Diogo Contreiras. Reference should also be made to a cabinet organ by António Peres Fontanes, one of the greatest organ masters at the end of the Old Regime.