O Centro Histórico inclui a designada “Vila Velha”, um dos núcleos que constituem o aglomerado urbano de Sintra e que é delimitado a norte pela Rua do Paço, Rua Conselheiro Segurado, Beco do Forno, Escadinhas da Pendoa, e Rua Fresca; a este pelas Escadinhas do Hospital e Rua Visconde de Monserrate; a sul pela encosta da Serra; e a oeste pela Quinta dos Pisões.
Construído numa zona de menor declive, no sopé da Serra de Sintra, a “Vila Velha” desenvolve-se entre o antigo Paço Real e serra, adaptando-se com flexibilidade e por sucessivos ajustamentos aos declives e à constituição morfológica dos terrenos. Uma vasta praça pública está adjacente ao palácio e organiza o tecido urbano, pois é aqui que converge a principal estrutura viária do Centro Histórico. Sublinhe-se, ainda, a presença de pequenas praças, cujo traçado é irregular e espontâneo.
O núcleo mais antigo do Centro Histórico, de assentamento medieval, conserva um traçado relativamente homogéneo, sem grandes alterações. Constituído por um parcelamento pequeno, irregular e densamente ocupado. À volta deste núcleo antigo e à medida que se vai caminhando para a periferia, modifica-se o tecido urbano, com arruamentos mais largos e menos sinuosos, tornando-se o parcelamento cada vez maior e mais irregular. As habitações ganham em dimensão e recolhem-se para o interior de propriedades mais amplas, isoladas pelo arvoredo e por muros cobertos de musgo e fetos, que a sombra e o clima húmido favorecem. Esta vegetação faz parte integrante da imagem e da especificidade do Centro Histórico de Sintra que se alonga até ao Arrabalde, onde predominam quintas e edifícios de génese religiosa.
O Centro Histórico apresenta coerência arquitetónica, apesar da diversidade formal dos edifícios que o integram, coerência essa conferida pelo ritmo das fachadas e dos vãos e pela contenção volumétrica. A maioria dos edifícios são caracterizados por processos construtivos, gamas cromáticas e texturas tradicionais. Os materiais de construção e as técnicas de aplicação são originais. É de notar que alguns dos revestimentos imitam a pedra ou o tijolo e outros estão revestidos com azulejos polícromos de estampilha, já de fabrico industrial.
Existem no Centro Histórico, cerca de 100 imóveis e 380 fogos, alguns deles igualmente indexados na Paisagem Cultural de Sintra.
(Com base no texto publicado in Sintra – Património da Humanidade. Sintra: Câmara Municipal de Sintra, 1998).
Sintra’s historical centre includes its Vila Velha (or old town/quarter) as one of the hubs of its urban agglomeration. It is bordered to the north by Rua do Paço, Rua Conselheiro Segurado, Beco do Forno, Escadinhas da Pendoa and Rua Fresca; to the east by the Escadinhas do Hospital and Rua Visconde de Monserrate; to the south by its Serra or mountain range and to the west by Quinta dos Pisões.
Located on one of the shallower slopes at the foot of Sintra’s mountain range, the Vila Velha embraces an area between the former royal palace and the mountain. It adapts flexibly and successively to the slope of the land and its morphological features. A vast public square which acts as a focal point for Sintra’s urban layout stands in front of the palace and is the point of convergence between the road network and the historical centre. Reference should also be made to the existence of various small squares with an irregular, aleatory configuration.
The layout of the oldest part of the historical centre is of medieval origin. It remains relatively homogeneous, without any major changes and consists of a small, irregular, dense occupancy of the land. The urban surrounds of this ancient agglomeration start to change the nearer one approaches Sintra’s outer areas. Its streets are wider and less winding, and the parcelling of the land is increasingly larger and more irregular. Houses tend to be larger and located inside larger properties, isolated by woodland and their moss and fern-covered walls which benefit from the shade and humidity afforded by the climate. This vegetation is an integral part of the image and specific characteristics of Sintra’s historical centre which extends up to its outer extremity which is also known as the Arrabalde, in which estates (or quintas) and buildings of a religious genesis predominate.
The historical centre is coherent in terms of its architecture, notwithstanding the formal diversity of its buildings, as shown by the rhythm of its façades and spaces and relatively subdued volumetric containment. Most of its buildings use traditional construction processes, chromatic ranges and textures although the materials used and their application techniques are original. Several outsides of the buildings are in imitation stone or brick and others are clad in industrially manufactured polychrome tiles.
Sintra’s historical centre has around 100 buildings and 380 dwellings, several of which are also listed in the Cultural Landscape of Sintra.
(Based on the text published in Sintra - World Heritage. Sintra Town Council, 1998).