Este edifício de origem gótica reveste-se de um grande interesse histórico-arquitetónico, constituindo um conjunto estrutural integrado no tecido urbano envolvente e caracterizando-se por uma volumetria de massa dominante horizontal e composta por corpos justapostos num piso único e coberta por um telhado original de duas águas.
Exteriormente, apresenta uma fachada principal voltada a Este, com duas portas de moldura retangular, intercaladas por duas janelas transversais gradeadas, e uma outra de maiores dimensões em arco rebaixado, estando inscrita num pano murário com uma empena curva rematada em cornija sob um beiral.
Interiormente, organiza-se com três salas comunicantes por vãos diferenciados com dois arcos plenos, um arco reto com vestígios de arco pleno e outro em arco quebrado de cantaria de arquivolta única com pés direitos e aduelas facetadas e impostas salientes. Nas paredes, surgem ainda alguns vãos de molduras retangulares, além do pavimento de lajes pétreas e da ausência de cobertura e travejamento.
A respetiva análise arquitetónico-estrutural refere-nos que a eventual época de construção deste imóvel datará do séc. XV e que terá havido uma provável reconstrução ou ampliação setecentista (provavelmente após o terramoto de 1755), assinalada com a introdução da porta em arco rebaixado sob uma empena curva.
Esta construção terá talvez integrado o conjunto de casas representadas por Duarte d’Armas nos seus desenhos patentes no Livro das Fortalezas de Portugal (1507), surgindo ainda referenciada no mapa do Capitão de Engenharia José António de Abreu (1850) como “Antigo Celeiro das Jugadas”, sendo então propriedade municipal com uma funcionalidade tributária agrícola.