A história da Quinta dos Lagos e da actual estrutura que ali podemos observar está intimamente ligada à do seu promotor Fernando Formigal de Morais, mandada construir por volta de 1907, segundo traço do arquiteto Carlos Parente.
Situada na Estefânia, no sitio chamado a “Variante” entre a rua Francisco dos Santos e a Estrada Chão de Meninos nacional (N249), na freguesia de Santa Maria e São Miguel, alongando-se para São Pedro. Por entre luxuriosa vegetação e múltiplos lagos – a que dão o nome à Quinta – devido à abundância de água ali existente.
Na quinta, ergue-se uma elegante casa, com requintado bom gosto, em estilo moderno, junta da qual também mandou construir uma capela, sendo dedicada a Santa Rosa, que se vê sobre o altar por detrás de um arco cruzeiro e uma elegante balaustrada – Cuja inauguração teve lugar no dia 15 de Agosto de 1909, pelo Sr. Arcebispo de Mitilene – no espaçoso parque denominado Amélia Morais, tendo sido delineado pelo arquitecto Francisco Carlos Parente – amigo da família Morais – sendo todas as obras do parque dirigidas pelo seu proprietário Fernando Formigal de Morais.
É um edifício de arquitectura civil, com uma fachada de vãos em asas de cesto e de volta perfeita, coexistindo com uma “Loggia” Renascença e uma torre bastante alta, evocando as das cidades italianas medievais, com um relógio de torre sineira nórdica.
O interior do palacete foi enriquecido com Painéis de azulejos azuis e brancos, pintados por J. Pinto em 1907, dando-lhe um carácter monumental, representando interessantes figuras de anjos evocando episódios da vida de santa Amélia, segundo Anne de Stoop. Esta Quinta está envolvida, por um pequeno bosque, chamando a atenção dos transeuntes e conferindo ao local um aspecto edílico.
Um dos pontos que mais chama à atenção, é o portão de ferro que dá entrada para a quinta, é uma obra de arte – Arte Nova – executada sob o desenho do ilustre arquitecto Norte Júnior
Fernando Formigal de Morais, – que viria a ser um dos primeiros presidentes da Câmara de Sintra, após implantação da república – seguindo os ensinamentos do seu progenitor, também foi grande benemérito social e devotado auxiliador da instrução popular, doando a escola “Domingos de Morais” à Administração Municipal.
Fernando Morais deu algumas festas no seu palacete, numa das quais chegou a estar presente o Rei D. Manuel II. No entanto, não usufruiu muito tempo desta sua mansão, pois sentindo-se arruinado, suicidou-se.
Posteriormente esta Quinta foi comprada por um dinamarquês, Karl Andresen, que fez um requerimento à Câmara Municipal de Sintra, para fazer obras de beneficiação na torre do palácio da quinta, com data de 13 de Novembro de 1930, conforme requerimento no Arquivo Histórico de Sintra.