A cerca de 300 m a Sudeste da Vila de Colares, num ameno e fértil vale, já próximo da ribeira da Abreja, ergue-se, singela, a pequena Ermida de Nossa Senhora de Milides, junto a uma casa senhorial muito adulteradas, mas pateando ainda alguns vestígios manuelinos e outros já modernos. Em redor da dita Capelinha subsiste uma necrópole medieval parcialmente aberta sobre um campo de silos escavados na rocha alto-medievais.
Este monumento pré-histórico foi identificado na década de 1950, tendo-se realizado a primeira intervenção arqueológica, logo em 1957, através da abertura de uma vala de sondagem que revelou estar-se perante uma sepultura, com ocupação atestada no Calcolítico Final.
Os vestígios romanos detetados no antigo aglomerado urbano sintrense são, de certo modo, escassos, se bem que inequívocos e facilmente datáveis. Resumem-se, no seu conjunto, a pouco mais do que uma dezena de peças, entre artefactos de bronze, de cobre e cerâmicas.
Este povoado calcolítico situava-se num cabeço conhecido por Penha Verde (cota altimétrica: 360 m) e erigia-se sobre caos de blocos graníticos, contrastando, aliás, com o ambiente geológico em que se implanta, porquanto as estruturas postas a descoberto encontram-se construídas com lajes de calcário.
Identificado em 1986, através de recolha de superfície e localizando-se a 260 m de altitude, foi detetado no Parque das Merendas, entre afloramentos graníticos, um habitat da Idade do Bronze/Ferro. As prospeções efetuadas revelaram poder tratar-se de um habitat de encosta com aproveitamento de abrigos naturais, formados pelo caos de blocos graníticos, para habitação. Dos materiais recolhidos destacam-se os fragmentos de cerâmicas brunidas, de vasos alisados no interior, vasos de fundo plano, grandes contentores, percutores, um machado de pedra polida, lascas, lâminas e núcleos.
Na sequência de uma intervenção arqueológica de emergência realizada num prédio da Rua das Padarias, em pleno Centro Histórico. Para além da presença de testemunhos confirmantes de ocupação romana, islâmica e pós-medieval, a inequívoca importância deste sítio reside no facto de, pela primeira vez, se ter identificado na área urbana da “Vila Velha” de um contexto arqueológico atribuível à época de transição entre o Neolítico Final e o Calcolítico.
Os depósitos do Monte do Sereno situavam-se a Nor-Nordeste da Ermida de Santa Eufémia da Serra e a Sudoeste do Castelo dos Mouros. Tratavam-se, na realidade, de dois distintos conjuntos de objetos votivos, distando um do outro cerca de 12 metros e esta descoberta, meramente ocasional, resultou da abertura de caboucos, em 1926, para a construção do “castelinho” projetado por Norte Júnior.
O sítio de São Pedro de Canaferrim localiza-se em pleno maciço sub-vulcânico de Sintra, entre os 395 e os 402v m de altitude. A área ocupada durante o Neolítico estende-se por dois patamares onde imperam caos de blocos graníticos formando abrigos naturais, na vertente Sudeste do Castelo dos Mouros e em local abrigado dos ventos predominantes de Nor-Noroeste.
A estação da Idade do Bronze do Castelo dos Mouros implanta-se numa encosta, junto a uma das extremas da fortificação medieval, a 450 m de altitude, dominando todo o vale que se estende para Norte. Os fragmentos cerâmicos ali recolhidos são muito significativos e decorados com ornatos brunidos, vasos carenados, grandes recipientes, para além de escassas lascas de sílex. A presença de artefactos semelhantes na antiga paroquial sintrense poderá apontar para uma ocupação esparsa, distribuída ao longo de vários patamares de vertente do cume hoje dominado pelo grande albacar, podendo, ainda, integrar o sítio do Parque das Merendas.