Depoimentos

Louvar amar

(1916-1996)

Sintra é o mais belo adeus da Europa quando enfim encontra o mar. Camões o soube quando os seus navegadores a fixaram como a última memória da terra, antes de não verem mais que “mar e céu”. E no entanto, ou por isso, o espaço que ela nos abre não é o da infinitude mas o que a limita a um envolvimento de repouso.

 Palácio Nacional de Sintra

«O Sintria amoenissimus locus Et hortus regius…»

Nicolao L. Valckenstein, 1451

O Palácio Nacional de Sintra constitui um monumento único em Portugal. Com efeito de todos os palácios que os reis portugueses edificaram e possuíram ao longo da Idade Média, apenas o de Sintra conseguiu chegar até aos nossos dias.

 Aspectos Gerais da Geologia da Serra de Sintra 

O interesse científico pela geologia da Serra de Sintra remonta aos finais do séc. XVIII e ao início do séc. XIX.

É porém a Paul CHOFFAT (geólogo de nacionalidade suíça, radicado no nosso País, nos então Serviços Geológicos de Portugal, com obra importante, vasta e pioneira no estudo da geologia portuguesa) que se deve a primeira abordagem (1885) ao reconhecimento geológico deste, como ele próprio referiu, “joyau de la petrographie”, em virtude da riqueza e diversidade petrográfica que caracteriza o núcleo da montanha.

Sintra Renascentista

Passada a época dos Descobrimentos, a corte e a alta nobreza de Portugal abriram-se às novas formas de civilização vindas de Itália e foram seduzidas pelas maravilhas do Oriente. Nenhum outro local, nos arredores de Lisboa, se adaptava tão bem a estes ideais como a Serra e a Vila de Sintra – velha coutada real, montanha com paisagens magníficas e território de lazer propício às mais exóticas experiências arquitectónicas (desde a construção do palácio gótico-mourisco de D. João I, “Senhor de Ceuta” em Marrocos, em 1415), situado num promontório sobre o Oceano, lembrando a proa de um navio: o clima geográfico desdobrou-se em microclima cultural, social e artístico sem igual.

A paisagem de Sintra e a sua vegetação

 De entre os elementos das paisagens de Sintra, quer naturais quer humanizadas, são as massas de vegetação que melhor definem e enriquecem. Mas para se perceber o peso que o mesmo vegetal tem nos diferentes panoramas da Serra convém atender primeiro à localização e topografia privilegiadas do pequeno maciço eruptivo.

Monserrate e Pena

«Lo! Cintra’s glorious Eden!»
Byron

William Beckford, personalidade sulfúrea, imensamente fortunada, descobriu em 1794 o castelo «barbarous gothic» de Monserrate, que um dos seus conterrâneos de Lisboa, De Visme, monopolista abastado, mandara construir anos antes em Sintra, com janelas ogivais e ameias medievais.

Sintra, Medieval, Moura e Cristã

Sintra, a verdadeira Finisterra, ficava no cabo do mundo europeu e medieval. E foi cristã, moura e novamente cristã. No seu território, sob o império do Islão ou sob a vigilância da Cruz, coexistiram as três religiões do Livro, cristianismo, islamismo, judaísmo.

A paisagem de Sintra: Natura, Cultura e Literatura

Na sua unidade variada, a paisagem de Sintra desdobra-se a partir do centro histórico com raízes medievais, abrange o tecido urbano oitocentista onde se concentram funções terciárias e, estendendo-se pela serra e planície envolvente, integra uma zona ampla, homogeneizada por vínculos culturais multisseculares.

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